Mara Marques Sucena de Almeida: 

“Não podemos mudar o mundo, mas podemos mudar
a nós próprios”

A estudiosa paulista fala sobre o uso dos recursos audiovisuais
nas aulas e exposições doutrinárias e a facilitação do entendimento que isso propicia 

Mara Marques Sucena de Almeida (foto), espírita desde os 16 anos, natural de Itapevi, no interior de São Paulo, hoje residente na Capital do mesmo estado, atua na Associação Espírita Mãos Unidas, nas áreas de fluidoterapia, mediunidade e estudos doutrinários. Evangelizadora de jovens na faixa etária de 13 a 17 anos, ela nos fala sobre sua experiência na área do ensino espírita para adolescentes. Comentando o uso de imagens nas palestras e aulas, para fixação das ideias, Mara aborda ainda a didática nas atividades dos centros espíritas e comenta sobre o alcance da Doutrina Espírita, especialmente sobre a

responsabilidade de pais e educadores.  O Consolador: Fale-nos de sua experiência nas aulas espíritas para crianças. Desde quando está com essa atividade?

Apesar de muito tempo nessa tarefa, a impressão é de que sempre está faltando algo. A busca por temas, métodos, recreações adequadas, adaptação aos meios etc. é incessante porque, com o progresso vertiginoso, facilmente percebemos a falta de interesse, principalmente dos jovens, o que não nos permite acomodação no trabalho. Estou nessa atividade desde os 19 anos, já quis parar, mas tenho a impressão que tenho efetivamente um compromisso nessa área.  

O Consolador: Na elaboração das atividades para a infância, qual o critério preferido no preparo das aulas? 

Na verdade temos uma programação realizada por uma equipe que constantemente está se reciclando, procurando atender às necessidades atuais. O critério é variável no tocante à faixa etária, atendendo inclusive a estudos psicológicos acerca da criança e do jovem.  

O Consolador: No uso de recursos visuais, você considera que esses recursos facilitam a atenção das crianças? 

Sem dúvida; há, no entanto, necessidade de mesclar os recursos visuais com projeções, cartazes, montagens etc. Temos relato dos evangelizadores de que o uso desses recursos favorece até mesmo a disciplina, com maior interesse e motivação para a aula. 

O Consolador: Em sua participação no Projeto Imagem - www.projetoimagem.com.br - o trabalho de resumo e mesmo apresentação das palestras têm-lhe trazido alguma experiência marcante que gostaria de transmitir aos leitores?  

Com relação à evangelização, o Projeto Imagem tem 3 títulos infanto-juvenis. Mas a experiência tem mostrado que o aproveitamento integral e/ou parcial das obras de André Luiz, Emmanuel e outros é de grande interesse, principalmente a partir dos 12 anos. Além disso, às vezes, conforme o tema abordado, também podemos usar algumas situações contidas nessas obras para ilustrar o conteúdo a ser ministrado.  

O Consolador: No trabalho de pesquisa das obras para elaboração de resumos ou preparo de palestras, o que mais lhe chamou a atenção nos textos das obras psicografadas? 

A preocupação dos Espíritos em nos fazer entender a necessidade do trabalho no bem. Os recursos das histórias (romances) e as experiências vividas no plano espiritual (principalmente as de André Luiz) são ricos em ensinamentos, para quem tem olhos de ver, e o Projeto Imagem ajuda nesse olhar.  

O Consolador: Nas palestras, como tem sentido a reação do público diante do uso de recursos audiovisuais na motivação para leitura das obras apresentadas?  

Os comentários são muito favoráveis. Aqueles que assistem pela primeira vez, geralmente dão seu depoimento, falando de como fica fácil de entender e de guardar as informações. Muitos também se propõem a uma leitura ou releitura da obra apresentada. Os desenhistas que trabalham nesse Projeto são também muito elogiados, porque as imagens emocionam. 

O Consolador: No quesito atenção nas apresentações, palestras e aulas, para crianças e adultos, o que gostaria de destacar?  

Dá para notar que a atenção aumenta muito. Quando podemos interagir com os participantes, como no caso das aulas, por exemplo, é perceptível esse interesse. Há também o aspecto do roteiro da palestra ou da aula, o qual é mantido obrigatoriamente com a projeção das imagens. 

O Consolador: Considerando o momento que a Humanidade atravessa e também o centenário de Chico Xavier, de que forma as instituições espíritas podem aprimorar sua programação e mesmo os palestrantes podem tornar a apresentação dos temas espíritas mais motivadora para estimular o estudo constante das obras básicas?  

Acredito que depende muito de cada um essa tomada de consciência, pois a vontade de agir tem que estar presente. É claro que métodos aprimorados com os recursos que temos disponíveis no Projeto Imagem e através da internet (bancos de imagens), por exemplo, são diferenciais importantes.    

O Consolador: Conte-nos sua experiência vivenciada com o Centro Espírita Nosso Lar - Casas André Luiz, na apresentação das obras de André Luiz.  

Fomos convidada para falar das obras de André Luiz, com a apresentação do Projeto Imagem no grupo de Estudos Continuados, nas duas unidades dessa conceituada entidade. Foi uma experiência muito gratificante e cada vez mais percebemos a riqueza de ensinamentos que André Luiz, através da psicografia do nosso querido Chico Xavier, nos traz.  

O Consolador: Algo mais a acrescentar?  

Com respeito à evangelização infantil e juvenil, gostaria de falar da grande importância de priorização desse trabalho na Casa Espírita e na conscientização dos pais e responsáveis, para que não afrouxem quanto à necessidade de cuidar do terreno que o Pai Maior lhes colocou como arrendado, para que as sementes lançadas frutifiquem.  

O Consolador: Suas palavras finais.  

Que possamos nos conscientizar de que, embora não tenhamos condição de mudar ninguém, nem o mundo, podemos mudar a nós próprios e favorecer o entendimento para que outros se apercebam também dessa necessidade.  “Sede perfeitos”, disse Jesus, caminhemos para isso!