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Ano 4 - N° 187 - 5 de Dezembro de 2010

ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, Minas Gerais (Brasil)



Aformoseamento moral 

Parte 2 e final

Cada reencarnação enseja ao Espírito um progresso intelectual
e moral

"Digo-vos que assim haverá alegria no Céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não precisam de arrependimento."  - Jesus. (Lc., 15:7.)


Acompanhemos, para completar o quadro de nosso raciocínio, as oportunas ilações do ilustre conterrâneo e continuador da obra de Kardec, Léon Denis, registradas no capítulo XIII da 2ª. parte da singular obra: "O Problema do Ser, do Destino e da Dor":

"(...) Renascer não é mais extraordinário que nascer; a Alma volta à carne para nela submeter-se às leis da necessidade; as precisões e as lutas da vida material são outros tantos incentivos que a obrigam a trabalhar, aumentam a sua energia, avigoram-lhe o caráter. Tais resultados não poderiam ser obtidos na vida livre do Espaço por Espíritos juvenis, cuja vontade é vacilante. Para avançarem, tornam-se precisos o látego da necessidade e as numerosas encarnações, durante as quais a Alma vai encontrar-se, recolher-se em si mesma, adquirir elasticidade, a impulsão indispensável para descrever mais tarde a sua imensa trajetória no Céu. A finalidade das encarnações é, pois, de alguma sorte, a revelação da Alma a si mesma ou, antes, a sua própria valorização pelo desenvolvimento constante das suas forças, dos seus conhecimentos, da sua consciência, da sua vontade.

(...) Antes de novamente entrar em contato com a matéria e começar a nova carreira, o Espírito tem de escolher o meio onde vai renascer para a vida terrestre; mas essa escolha é limitada, circunscrita, determinada por causas múltiplas. Os antecedentes do ser, suas dívidas morais, suas afeições, seus méritos e deméritos, o papel que está apto para desempenhar, todos esses elementos intervêm na orientação da vida em preparo; daí a preferência por uma raça, tal nação, tal família... As Almas terrestres que havemos amado atraem-nos; os laços do passado reatam-se em filiações, alianças, amizades novas. Os próprios lugares exercem sobre nós a sua misteriosa sedução e é raro que o destino não nos reconduza muitas vezes às regiões onde já vivemos, amamos e sofremos. Os ódios são forças também que nos aproximam dos nossos inimigos de outrora para apagarmos, com melhores relações, as inimizades antigas. Assim, tornamos a encontrar em nosso caminho a maior parte daqueles que constituíram nossa alegria ou fizeram nossos tormentos.

Sucede o mesmo com a adoção de uma classe social, com as condições de ambiente e educação, com os privilégios da fortuna ou da saúde, com as misérias da pobreza. Todas essas causas tão variadas, tão complexas, vão combinar-se para assegurar ao novo encarnado as satisfações, as vantagens ou as provações que convêm ao seu grau de evolução, aos seus méritos ou às suas faltas e às dívidas contraídas por ele.

Todavia, o interessado tem sempre a liberdade de aceitar ou adiar a hora das reparações inelutáveis. No momento de se ligar a um gérmen humano, quando a Alma possui ainda toda a sua lucidez, o seu Guia desenrola diante dela o panorama da existência que a espera; mostra-lhe os obstáculos e os males de que será eriçada, faz-lhe compreender a utilidade desses obstáculos e desses males para desenvolver-lhe as virtudes ou expurgá-la dos seus vícios.  

(...) Na hora das resoluções supremas, antes de tornar a descer à carne, o Espírito percebe, atinge o sentido geral da vida que vai começar, ela lhe aparece nas suas linhas principais, nos seus fatos culminantes, modificáveis sempre, entretanto, por sua ação pessoal e pelo uso do seu livre-arbítrio; porque a Alma é senhora dos seus atos; mas, desde que ela decidiu, desde que o laço se dá e a incorporação se debuxa, tudo se apaga, esvai-se tudo.   A existência vai desenrolar-se com todas as suas consequências previstas, aceitas, desejadas, sem que nenhuma intuição do futuro subsista na consciência normal do ser encarnado. O conhecimento antecipado dos males ou das catástrofes que nos esperam paralisaria os nossos esforços, sustaria a nossa marcha para frente. 

O nosso futuro está em nossas próprias mãos 

Artífice de seu próprio destino, a Alma tem de sujeitar-se ao estado de coisas que preparou, que escolheu... Sem embargo, depois de haver feito de sua consciência um antro tenebroso, um covil do mal, terá de transformá-lo em templo de luz. As faltas acumuladas farão nascer sofrimentos mais vivos; suceder-se-ão mais penosas, mais dolorosas as encarnações; o círculo de ferro apertar-se-á até que a Alma, triturada pela engrenagem das causas e dos efeitos que houver criado, compreenderá a necessidade de reagir contra suas tendências, vencer suas paixões ruins e de mudar de caminho. Desde esse momento, por pouco que o arrependimento a sensibilize, sentirá nascer em si forças, impulsões novas que a levarão para meios mais adequados à sua obra de reparação, de renovação, e passo a passo irá fazendo progressos. Raios e eflúvios penetrarão na Alma arrependida e enternecida, aspirações desconhecidas, necessidades de ação útil e de dedicação hão de despertar nela.   Entretanto, não será sem custo que ela se levantará, pois a ascensão não prosseguirá sem dificuldades... As faltas e os erros cometidos repercutem como causas de obstrução nas vias futuras e o esforço terá de ser tanto mais enérgico e prolongado quanto mais pesadas forem as responsabilidades, quanto mais extenso tiver sido o período da resistência e obstinação no mal. Na escabrosa e íngreme subida, o passado dominará por muito tempo o presente, e o peso fará vergar mais de uma vez os ombros do caminhante; mas, do Alto, mãos piedosas estender-se-ão para ele e ajudá-lo-ão a transpor as passagens mais escarpadas.

Por reconhecer a imensa dificuldade de que está inçada a emancipação espiritual e os superlativos esforços que devem empregar os Espíritos calcetas no afã de lográ-la é que Jesus afirmou[1]: "Há mais alegria nos Céus por um pecador que se arrepende do que por cem justos que perseveram”.

O nosso futuro está em nossas mãos e as nossas facilidades para o bem aumentam na razão direta dos esforços para o praticarmos; daí também Jesus afirmar[2] que "dar-se-á ao que já tem e este ficará na abundância".

Toda vida nobre e pura, toda missão superior, é o corolário de um passado de lutas acerbas, de derrotas sofridas, de infindáveis recomeços, de vitórias ganhas contra nós mesmos; é o remate de trabalhos longos e pacientes, a acumulação de frutos de ciência e caridade colhidos, um por um, no decurso das Idades. Cada faculdade brilhante, cada virtude sólida, reclamou existências multíplices de trabalho obscuro, de combates violentos entre o Espírito e a carne, a paixão e o dever... Para chegar ao talento, ao gênio, o pensamento teve de amadurecer lentamente através dos séculos”.                                              

Segundo ensinamento de Léon Denis[3], de cada vez que o Espírito desencarna, retornando ao Mundo Espiritual, "(...) procede-se ao balanço dos lucros e perdas; avaliam-se e firmam-se os progressos. O ser examina-se e julga-se; perscruta minuciosamente a sua história recente, em si mesmo escrita; passa em revista os frutos de experiência e sabedoria que a sua última vida lhe proporcionou, para mais profundamente assinalar-lhes a substância.

A vida do Espaço é, para o Espírito que evoluiu, o período de exame, de recolhimento, em que as faculdades, depois de se terem gasto no exterior, refletem-se, aplicam-se ao estudo íntimo, ao interrogatório da consciência, ao inventário rigoroso da beleza ou fealdade que há na Alma. A vida do Espaço é a forma necessária e simétrica da vida terrestre, vida de equilíbrio, em que as forças se reconstituem, em que as energias se retemperam, em que os entusiasmos se reanimam, em que o ser se prepara para as futuras tarefas; é o descanso depois do trabalho, a bonança depois da tormenta, a concentração tranquila e serena depois da expansão ativa ou do conflito ardente". 

Sócrates via a reencarnação como meio de evolução 

Através de experiências de regressão de memória com vários indivíduos, concluiu o Coronel A. de Rochas que a palingenesia favorece o processo evolutivo dos Espíritos. À medida que fazia a regressão a várias encarnações anteriores, ele observava, segundo Denis3, o espetáculo de "(...) uma série de individualidades cada vez menos adiantadas moralmente, à medida que remontava o curso das idades. Em cada existência expiava-se, por uma espécie de "pena de Talião", as faltas da existência precedente e o tempo que separava duas encarnações passava-se num meio mais ou menos luminoso, segundo o estado de adiantamento do indivíduo”.

Notemos que essas experiências levam a sancionar e ratificar o ensinamento espírita sobre a necessidade da reencarnação para o aformoseamento moral das criaturas, dando ênfase ao processo histórico do progresso do Espírito que só é admissível por esse meio, vez que em apenas uma encarnação o Espírito não atinge o nível de perfeição que o isenta dos ciclos palingenésicos.

Já Sócrates há dois milênios antes da Codificação Espírita possuía a noção do princípio da reencarnação como meio de evolução dos Espíritos[4]: "A Alma impura, nesse estado, se encontra oprimida e se vê de novo arrastada para o Mundo Invisível. Erra, diz-se, em torno dos monumentos e túmulos, junto aos quais já se têm almas que deixaram o corpo sem estarem ainda inteiramente puras, que ainda conservam alguma coisa de material, o que faz que a vista humana possa percebê-las.

Não são as Almas dos bons; são, porém, as dos maus, que se veem forçadas a vagar por esses lugares, onde continuam a vagar até que os apetites inerentes à forma material de que se revestiram as reconduzam a um corpo. Então, retornam aos mesmos costumes que durante a primeira vida constituíam objeto de suas predileções”.

Allan Kardec(4) aduz o seguinte comentário: "Não somente o princípio da reencarnação se acha aí claramente expresso, mas também o estado das Almas que se mantêm sob o jugo da matéria é descrito qual o mostra o Espiritismo nas evocações. Mais ainda: no tópico acima se diz que a reencarnação num corpo material é consequência da impureza da Alma, enquanto as Almas purificadas se encontram isentas de reencarnar. Outra coisa não diz o Espiritismo, acrescentando apenas que a Alma, que boas resoluções tomou na Erraticidade e que possui conhecimentos adquiridos, traz, ao renascer, menos defeitos, mais virtudes e ideias intuitivas do que tinha na sua existência precedente. Assim, cada existência lhe marca um progresso intelectual e moral”.

Nos itens VI e VII de sua profissão de fé do século XX, Léon Denis afirma: "O fim da Alma, em sua evolução, é atingir e realizar em si e em volta de si, através dos tempos e das estações ascendentes do Universo, pelo desabrochar das potências que possui em gérmen, essa noção eterna do Belo e do Bem, que exprime a ideia de Deus, a própria ideia da perfeição.

Da lei da ascensão, bem entendida, deriva a explicação de todos os problemas do ser: a evolução da Alma que recebe, primeiramente, pela transmissão atávica, todas as suas qualidades ancestrais, depois as devolve por sua ação própria, para lhes acrescentar novas qualidades; a liberdade relativa do ser relativo no Ser Absoluto; a formação lenta da consciência humana através dos séculos e seus desenvolvimentos sucessivos nos infinitos do porvir; a unidade de essência e a solidariedade eterna das Almas, em marcha para a conquista dos Altos Cimos”. 

Jesus nos advertiu: Vós sois a Luz do Mundo! 

O Dr. Alexandre Papaderos, teólogo e educador, narra: "Eu ainda era criança quando rebentou a guerra. Um dia, no meio da estrada, encontrei pedaços de um espelho partido e guardei comigo o maior. Comecei então a brincar com ele e fiquei fascinado ao descobrir que podia fazer refletir luz nos locais escuros onde o Sol nunca brilhava buracos fundos, fendas.

Guardei para sempre o pequeno espelho e, ao tornar-me adulto, percebi que não se tratava apenas de uma brincadeira de criança, mas sim de uma metáfora que iria servir de lema para toda a vida: Sou um fragmento de um espelho, cujo todo desconheço. Com aquilo que tenho, posso refletir luz, verdade, compreensão, conhecimentos, para os locais escuros do coração do homem e modificar certas coisas em determinadas pessoas. Talvez outros indivíduos possam ver e fazer como eu”.

Exorta um Espírito Amigo[5]: "(...) Operoso, meta, corajoso, mãos à obra, arroteie o solo ingrato com o esforço de sua vontade, lavre-o fundo com o auxílio do arrependimento e da esperança, lance nele, confiante, a semente que haja preparado, por boa, dentre as más, regue-o com o seu amor e a sua caridade, e Deus, o Deus de Amor e de Caridade, dará àquele que já recebera. Verá ele produzir cem e outros mil. Ânimo, trabalhadores! Tomai dos vossos arados e das vossas charruas; lavrai os vossos corações; arrancai deles a cizânia; semeai a boa semente que o Senhor vos confia e o orvalho do amor lhe fará produzir frutos de caridade”.

Atendamos também à conclamação do ilustre filho de Foug[6]: "(...) Ergamos os pensamentos, os corações, as vontades! Abramos nossas Almas aos grandes sopros do Espaço! Levantemos nossas vistas para o Futuro Sem Limites; lembremo-nos de que esse Futuro nos pertence, nossa tarefa é conquistá-lo”.

Aos tessalonicenses, Paulo ensinou:[7] "(...) Porque todos vós sois Filhos da Luz e Filhos do Dia; não somos da noite nem das trevas”.

E Jesus completa[8]: "Vós sois a Luz do Mundo! Assim, resplandeça a vossa Luz diante dos homens!"                                                            


 

[1] - Lc., 15:7.

[2] - Mt., 13:12.

[3] - DENIS, Léon. O Problema do Ser, do Destino e da Dor. Rio: FEB, 20008, cap. XIII, 2ª. parte.

[4] - KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. 125. ed. Rio: FEB, 2006, Introdução, tomo IV.

[5] - KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. 125. ed. Rio: FEB, 2006, cap. XVIII, item 15.

[6] - DENIS, Léon. O Problema do Ser, do Destino e da Dor. Rio: FEB, 20008, cap. XXVII, 3ª. parte.

[7] - I Tes., 5:5.

[8] - Mt., 5:14 e 16.



 


 

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